quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O NOVO JORNALISMO

O Novo Jornalismo, também conhecido como Jornalismo Literário ou Romance de Não-Ficção, é a narrativa que funde elementos encontrados em ficção, como as figuras de linguagem, por exemplo, a sinestesia que relaciona planos sensoriais diferentes e a onomatopéia que é a formação de palavras pela imitação de sons e ruídos, com a objetividade jornalística. Logo, é quando o autor foge dos limites da escrita de um jornal impresso comum.

Esta modalidade é usada para captar o detalhe, aquela informação que geralmente é descartada pelo repórter ao escrever a matéria ou cortada pelo editor. Os motivos do corte variam de falta de espaço na diagramação da página do jornal ao fato de ir muito além do lead, do que é efetivamente necessário ser publicado. Ou seja, o fato escrito de forma simples, clara e objetiva.

Para obter uma minuciosa observação da realidade, autores como Trumam Capote que escreveu o livro ‘A Sangue Frio’, Tom Wolfe de ‘De Bauhaus ao nosso Caos’, Gay Talese de ‘A Mulher do Próximo’ e brasileiros como Euclides da Cunha (que morreu sem saber que seu texto se encaixava no formato do Novo Jornalismo) autor de ‘Os Sertões’, Joel Silveira que escreveu ‘A Feijoada que Derrubou o Governo’ e ‘A Milésima Segunda Noite da Avenida Paulista’, entre outros, se tornaram consagrados por escrever desta maneira, dando valor ao detalhe transformando-o em diferencial na obra.

Ao ler um texto nos padrões do Jornalismo Literário, o leitor é capaz de sentir o gosto, o cheiro, ouvir o mesmo ruído que o autor sentiu e ouviu ao presenciar o fato narrado. Desta forma, pode-se entrar na história como se fosse um conto. Só que de um acontecimento verídico, sem nenhuma invenção daquele que o escreveu. Neste caso, deixaria de ser um texto jornalístico e passaria a ser uma história.Para reunir o jornalismo conhecido como tradicional e a beleza da literatura, o profissional precisa ler e escrever muito, para adquirir sabedoria e enriquecer o próprio vocabulário, sempre buscando a informação que ele julgar importante e que fará diferença entre seu texto e o de outro jornalista.
O Centro Cultural Banco do Brasil, CCBB, está com uma programação muito interessante sobre o tema. A série Jornalismo Literário, que acontecerá uma vez por mês, teve início em abril e vai até novembro. Com mediação do jornalista cultural Alvaro Costa e Silva, os palestrantes são de altíssimo nível. O evento contará com a participação de José Arbex, José Louzeiro, Luis Nassif, Paulo César Araújo, Paulo Lins, Ricardo Kotscho, Ruy Castro, Sebastião Nery, Sérgio Cabral (pai) entre outros autores muito importantes na literatura brasileira.
A próxima palestra acontecerá nesta quarta-feira, dia 2 de setembro, às 18h30. A entrada é franca mas é só entra com a senha distribuída meia hora antes do evento.




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