quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ingrid por mim - parte I (Sobre Jornalismo)


Antes mesmo de aprender a falar, já fingia que conversava. E muito. Os adultos me olhavam sem entender. Antes de aprender a escrever, já rabiscava papeis, brinquedos, paredes. Eu era assim, como muitas outras crianças. Adorava assistir televisão e imitar o que via na frente do espelho. Decorava as músicas dos comerciais e os textos dos apresentadores de programas e âncoras de telejornais. Lia histórias e achava muito injusto guardá-las só para mim! Eu fazia questão de compartilhar! Então, contava a historinha para meus coleguinhas da escola! Ninguém podia imaginar que, ao receber incentivo nessas brincadeirinhas, eu acabaria desenvolvendo em mim essa vontade, esse gosto ou dom de querer trabalhar com jornalismo, de escolhê-lo como profissão.
Meu pai morreu quando tinha três anos. Minha mãe seguiu a trajetória sozinha, como está até hoje, e só se dedicou a mim. Depois dessa fatalidade, a nossa vida mudou muito. E vieram as dificuldades. Mas em relação aos meus estudos, nunca me faltou nada. Todo início de ano ela ia à escola pedir bolsa de estudos para mim. São poucos que têm uma mãe como a minha. Por isso ela é meu exemplo, minha rocha, minha coluna. Fui bolsista de uma ótima escola da região por dez anos, até encerrar meu ensino médio. Ela revisava meus exercícios de casa e cobrava atenção, capricho, dedicação, letra bonita e excelente nota. Eu dava conta! Nunca repeti o ano e nem fiquei em recuperação, mesmo sendo representante de turma e participando do grêmio estudantil. Ainda tinha tempo de fazer curso de inglês e rabiscar umas histórias em casa que nunca viraram livros, como era meu sonho.
Sou muito organizada até com assuntos pessoais. Gosto de criar planilhas, tabelas e anoto tudo o que eu tenho para fazer. Geralmente eu me lembro das minhas obrigações, mas acho que adquiri este hábito porque durante toda minha adolescência usei agendas como diário. Ou seja, eu não só anotava o que eu tinha para fazer como anotava também tudo que eu tinha feito mesmo que tenha sido fora do programado!
Fui bolsista na faculdade também! Fiz a prova do Enem e me inscrevi no Prouni. As despesas que tive com foram com xerox, compra de livros, impressão de trabalhos e só. No fim desse semestre me formo em jornalismo. Serei a primeira da família a concluir o ensino superior.
Alegria poderia ser meu sobrenome! Pois é esta palavra que rege minha vida! Acredito que tudo que é feito com alegria dá certo. Não me refiro a estar sorrindo mesmo quando o assunto é sério, mas ao fato de ter alegria em desempenhar um papel, realizar uma função, cumprir alguma tarefa. Com isso, torna-se mais difícil também me irritar ou esgotar minha paciência. Além dessas características, eu não posso deixar de citar o quanto valorizo a amizade. Tenho verdadeiros amigos há mais de quatorze anos. Isso significa que eles convivem comigo por mais da metade do tempo que eu tenho de vida! Tem amizades que fiz há pouco mais de um ano. E que chamo de amigos também, pois agem como tais. Sou filha única e minha mãe é tudo para mim. Afinal, tudo que tenho e sou agradeço a ela. Graças ao que ela me ensinou, eu sei vestir a camisa de onde eu trabalho, de onde eu estudo, da minha família.
Gosto muito de viajar e aproveitar o tempo com a natureza. Ar puro, mata verde, cachoeiras, praias. Sou curiosa, leio sobre tudo, tanto nos livros, jornais e revistas quanto na Internet em sites e blogs. Fico fascinada com fotografias, cinema e teatro. Ouço todos os tipos de música, mas tenho minhas favoritas em cada estilo musical. Além de algumas características que tenho e que julgo necessárias para trabalhar como jornalista, tudo o que aprecio está ligado à comunicação. Ler, escrever, buscar e compartilhar informações, produzir com diferentes olhares imagens paradas e em movimento, a arte de saber se expressar, de se fazer entender por qualquer pessoa independente do seu grau de instrução. Tudo isso me fez querer trabalhar com jornalismo e fazer parte deste universo. É onde eu me completo!

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